sábado, 17 de agosto de 2013

"Tão ridícula mania humana enraizada de agrupar e avaliar quaisquer, possam ou não ser, pedaços do Tudo."


O humano tem, em sua vasta coleção de manias primitivas condenadas a perdurar, uma, em especial, que me irrita ao extremo:

Julgar. Categorização subconsciente.

É o ato de organizar e anexar adjetivos mentais à qualquer coisa que aconteça em sua mente no momento em que aconteça. É como etiquetar o conhecimento antes de adicioná-lo ao seu cérebro.

Parece normal, não é? Está classificado como normal em sua mente, simplesmente por que você não adquiriu a experiência que eu adquiri ao pensar neste post antes de chegar à frase aí em cima. Sua mente julgou como normal uma ação, sem conhecer suas outras dimensões aplicáveis, como sua história, a história de quem pensou nela, etc. É um absurdo, não?

Estou aqui pra tentar mostrar a parte estudada por mim desta maldita atitude espontânea, embora cheguei à conclusão de que não há solução para ela, achei realmente interessante estudá-la.

Ela foi responsável por todo o processo evolutivo do homem e também pela maioria do conhecimento científico já estabelecido e hoje teorizado por estudantes do mundo inteiro. Estando presente em eras imemoriais, ensinando ao homem que "algumas coisas eram sólidas, duras demais para comer, mas podiam ser usadas como armas", e que "outras coisas são sólidas, mas diferentes das primeiras, pois são moles/mastigáveis e podiam ser digeridas", e também que "ainda outras coisas diferentes destas anteriores correm como eu, mechem a barriga o tempo todo como eu e podem ser perigosas, devo matá-las e comê-las, já que também podem ser digeridas". E também presente em eras recentes, sendo redistribuída pelo mundo todo por professores e livros, mas em formato conscientizado, dizendo que há seres vivos cujas células são eucariontes, e há também aqueles cujas células não são eucariontes, mas procariontes. Também que embora há seres vivos que são compostos apenas de uma célula, há outros que são formados por milhões delas e existem os vírus, que não são exatamente uma célula.

Continuamos sem nada de não normal nos exemplos, mas quero dizer, que mesmo nas ciências exatas, há tantas exceções, que é como se não houvesse outra condição para categoria alguma. Como se todas pudessem (e podem) ser classificadas no mesmo "Tudo" que citei no título do post.

Acontece que, quando você percebe algo em uma pessoa, por exemplo, a opinião formada sobre ela é formada espontaneamente, sem querer. Entretanto, quando você imagina as opiniões formadas exteriormente de você, inúmeras defesas (algumas até agressivas) surgem e é possível até imaginar quem, do seu círculo social, opinaria daquele jeito e portanto, etiqueta-lo mais uma vez, com algo que é, à níveis loucamente extremos, injusto.

Como já disse, não acho que exista uma solução para esse problema. Na tese, o treino para ser neutro às ações alheias poderia amenizar, mas não torná-lo nulo. O problema em ser neutro é que isso acabaria com sua personalidade, deixando-o sem características próprias, atraentes ou não e, consequentemente, levaria à depressão por falta de amigos/elogios/companhia/vontade/PERSONALIDADE.

Perdão por ocupar seu tempo com essas besteiras, se é que você leu até aqui. Sei que não leu, preguiçoso idiota, vai lá comer, seu gordo. O que você acha do assunto? Tente estipular uma resposta manualmente, com a mente aberta que somos condicionados a ter. Eu quero ouvir sua opinião. :)

7 comentários:

  1. "Seu preguiçoso idiota, vai lá comer, seu gordo." tive a leve impressão que você pressentiu que eu ia ler esse post u.u

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    1. É natural e completamente aceitável pressentir que qualquer um dos seguidores do seu blog leia um dos seus posts, não é?
      Não me fora compreensível o fato de que você comentou a única parte cômica do texto inteiro. Está perdendo a filosofia que te permite dizer que meus textos são "joinhas"? LOL

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    2. Principalmente quando o dono pede.

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  2. Estranho mesmo é fazer uma piada - aparentemente - voltada para quem não vai ler o texto.
    Sobre o que você categorizou como "tão ridícula mania humana", do meu ponto de vista, não é ridícula e muito menos uma mania e não vejo como um evento tão banal pode causar tanta irritação.
    Rotular pessoas como sendo de determinado modo é uma atitude que pode ser evitada desde que você tenha consciência de essa e uma atitude contraproducente e fútil. O indivíduo que em ciência dessa futilidade pode decidir não rotular ninguém.
    Rotular coisas, adjetivá-las é um processo inteligente que nos permite compreender melhor uma elemento. Como um produto, um alimento, medicamentos, lugares, fenômenos...
    Bem, de todo o modo, penso que haja coisas realmente irritantes na sociedade, como racismo, preconceito, perda do tempo com atividades banais e infrutíferas (não benéficas). Problemas como estupidez, falta de respeito, julgamento prévio de um indivíduo... O sistema em sim é formado por subprodutos de hábitos detestáveis. Mas, em minha opinião, rotular ou adjetivar as coisas e até pessoas (em algumas situações) é benéfico e nos ajudou a atingir o nivel em que estamos de evolução.

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    1. Olá Henrique!
      Obrigado por comentar e, principalmente, por ler o artigo.
      A piada é sobre ela mesma, por isso utilizei o recurso "riscado" na frase, foi sobre ela referir-se ao que abominei o texto todo.
      Eu entendo seu ponto de vista e foi justamente depois de pensar no quão bom seria se esta consciência fosse possível, na prática, que eu resolvi comentá-la. (Entenda que esse "se fosse possível" se refere ao resultado da minha reflexão, que se encontra na própria postagem).
      Ainda, a mistura dos mais recentemente lidos por mim livros me causou uma espécie de estresse e repugnância às evoluções humanas e tecnológicas, que, como eu imagino que concordamos, seja fruto da aqui polêmica mania humana.

      Em todo o caso, criei esta postagem para que o leitor refletisse. É ótimo ver o resultado e também a sua opinião sobre o tema. Muitíssimo obrigado pela expressão do seu ponto de vista, por mim muito respeitado. Até mais!

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  3. P.S.: Releva esses meus erros grotescos de gramática.
    P.S.²: Sem paciência para pressionar DELETE.

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